ENTREVISTA COM BULLETPROOF
Com o regresso desta banda aos concertos surgiu a ideia de dar a conhecer ao exterior a essencia por trás de "Bulletproof" e para tal coloquei algumas questões ao vocalista Ema.
Quem sao os Bulletproof, quando começaram a banda e o que os levou a juntarem-se para fazer musica?
Os Bulletproof são 5 miúdos, oriundos das 2 margens do rio Tejo, que se juntaram no final de 2004.
Inicialmente eu fui convidado a integrar o projecto pelo Pissarra, que já era baterista da minha antiga banda (Words Of Hate) e aceitei porque curti da boa onda do pessoal e dos sons que já tinham composto.
Éramos portanto 2 vocalistas, eu e o Paulinho, e só tínhamos uma guitarra.
Lá para meados de 2006 juntou-se à banda o Kolde que veio trazer a perspectiva das 2 margens à banda e mais peso no som.
Já no início de 2007 o Paulinho abandonou a banda e voltámos a ser 5.
A saída do Paulinho veio afectar muito a banda ou alguma vez colocou em causa a continuação do projecto?
Claro que sim. A banda foi fundada na base da amizade e para nós é como uma família, quando alguém decide abandonar tudo isso além de ser um momento difícil é um momento que nos obriga a reflectir sobre o que andamos afinal a fazer.
Apesar de ele ter saído por razões pessoais que não afectavam directamente a banda, menos um é menos um.
Decidimos ficar só comigo na voz porque achámos que não fazia sentido substituir o Paulinho e isso coloca-me numa posição de esforço, mas sobrevivemos bem a essa mudança.
Com as vossas letras e musica tentam transmitir alguma mensagem em particular ou é apenas um exorcizar de demónios?
Penso que todas as bandas quando compõem passam por um processo de "exorcização" quer seja de demónios ou de bons sentimentos, e isso vê-se ao vivo, consegues perceber o feeling que cada riff representa nas caras das pessoas.
Nós não somos excepção, mas com as minha letras pretendo ir um pouco mais além disso.
Nas letras gosto de contar histórias, ao mesmo tempo que faço alguma crítica social...escrevo coisas que partem quer da minha vida pessoal quer daquilo que observo nas pessoas...as minhas letras falam essencialmente sobre pessoas, e confesso que escondo muitos significados nas metáforas e nos segundos sentidos das palavras.
Prefiro que cada um interprete a letra à sua maneira e se relacione com as letras duma maneira própria do que dizer "esta letra é isto, "tá aqui preto no branco".
Qual achas ser a maior dificuldade para uma banda sobreviver no hardcore português?
O dinheiro ahah.
Quem faz hardcore em Portugal faz por gosto disso não duvido, mas sustentar uma banda é complicado e não temos público suficiente para encher concertos de bandas locais e toda a gente ganhar algum no fim da noite.
Para além disso faltam editoras e distribuidoras para ajudar a divulgar melhor o trabalho das bandas.
Ainda que o espírito D.I.Y. seja essencial no hardcore, dava jeito haver mais apoio nessa área para saírem mais álbuns com qualidade.
Que pensas sobre a falta de promotores no nosso país e de na maior parte das vezes terem de ser as próprias bandas a marcar concertos.
Para mim essa questão tem uma razão lógica.
Faltam promotores porque para marcar concertos é preciso arriscar e ter condições financeiras que suportem um eventual fiasco, além de ser preciso ter uma mentalidade de organizador, de pessoa que sabe que vai estar a trabalhar enquanto os outros se divertem.
E sejamos francos, isto é Portugal...toda a gente quer é diversão fácil e a malta rica que pode bancar custos de um concerto de certeza que não anda muito pelo hardcore.
Mas tal como já referi o espírito D.I.Y. é o que faz do hardcore uma cena única e por isso mesmo é bom que as bandas se mexam, marquem concertos por elas próprias e que de vez em quando hajam miúdos como tu e o Bruno, ou como o Duarte e o Canarias no passado, que tenham os tomates para arriscar e fazer alguma coisa pela cena.
Guardam alguma recordação especial de um concerto?
Epah a primeira recordação "especial" que me vem à cabeça foi mesmo o concerto no bar Hula-Hula na Costa...acho que foi o concerto mais xunga, mais caótico e mais violento que já demos...eu já tava com algum whisky em cima e só dizia merda, só via gente a voar por todo o lado e pronto acabou tudo com um extintor aberto e toda a gente a correr cá para fora...foi pena acabar assim e o resto das bandas não tocarem, mas foi sem dúvida o mais marcante.
A "City Chronicles" ja saiu à cerca de um ano,têm algum plano para lançamentos futuros?
Planos há muitos.
Queremos gravar todas as faixas novas que entretanto fizemos e queremos tocar mais fora da Margem Sul e fora do país também.
Mas lá está, o dinheiro condiciona tudo...na maioria somos estudantes e pobres.
Eu não pago ensaios prái à 3 meses só porque tive que pagar a carta de condução... Mas temos planos e queremos em 2008 ter mais qualquer coisa gravada, por isso quem ler esta entrevista que mexa o cu, fale com algum de nós e compre as t-shirts que temos à venda!
(também acho que sim!)
Planos há muitos.
Queremos gravar todas as faixas novas que entretanto fizemos e queremos tocar mais fora da Margem Sul e fora do país também.
Mas lá está, o dinheiro condiciona tudo...na maioria somos estudantes e pobres.
Eu não pago ensaios prái à 3 meses só porque tive que pagar a carta de condução... Mas temos planos e queremos em 2008 ter mais qualquer coisa gravada, por isso quem ler esta entrevista que mexa o cu, fale com algum de nós e compre as t-shirts que temos à venda!
(também acho que sim!)
Qual a tua opinião desta vaga de bandas novas e renovadas(step back!,no good reason,grankapo,wise up,reaching hand,mr miyagi etc) que houve este ano em Portugal e tens algum conselho a dar aos miúdos que pensam em começar uma banda?
É excelente!
Ver tanta coisa nova a surgir a toda a hora e principalmente em várias zonas do país dá-me motivação, porque é sinal que há mais miúdos a mexerem-se, a não deixar a cena morrer.
Claro que não vou tar aqui a ser hipócrita e a dizer que gosto de tudo o que apareceu ultimamente, há bandas novas que não me cativam, principalmente porque para mim cada vez é mais difícil ouvir algo hoje em dia e não dizer "já existe, nada de novo" (eu sou o mais crítico na própria banda, eles odeiam-me cada vez que tão a fazer cenas novas lol), mas independentemente dos meus gostos é bom haver gente interessada no hardcore.
E curto mesmo Step Back!, não só eles, mas são a banda nova que de momento me dá mesmo tesão.
Algumas ultimas palavras?
Pah queria só agradecer a entrevista e todo o trabalho que vocês no blog têm feito para apoiar as bandas portuguesas.
E um grande obrigado a toda a gente que nos tem apoiado desde o início, todos os amigos e amigas que sempre que podem aparecem, todo o pessoal que sua connosco, que mosha, que grita as letras e toda a gente que no final de cada show me vem dar uma palavra de apreço, Bulletproof são vocês.
Obrigado ao Ema pela disposição e podem saber todas as novidades da banda, em termos de calendario de concertos ou merch, em: