Olá a todos!

Antes de começar a efectuar posts com mais regularidade, decidi despejar aqui algumas linhas sobre o que me trás até aqui hoje.
E o que nos trás a nós todos: o Hardcore.
O Hardcore como movimento social, como música, como atitude, como um agregado de valores, como um estilo de vida, como uma lufada de ar fresco que revitaliza e molda padrões obsoletos...
Mas acima de tudo, o hardcore como sendo uma comunidade.
Há cerca de 6/7 anos, comecei a ir a bastantes concertos com um enorme grupo de amigos e/ou conhecidos, porque a primeira coisa que nos chamava a atenção, era a música em si. Muitos ficaram pelo caminho, alguns permaneceram. Eu pelo menos gostei muito de descobrir, que havia algo mais para além daquilo a que estávamos restringidos a ver e a ouvir no rádio e na "tevê".
Os caminhos que nos trouxeram a este movimento, foram diferentes uns dos outros. Eu fui apresentada, sem saber que estava a conhecer pela primeira vez um "grande amigo" que tinha chegado para ficar e alterar a minha vida de várias maneiras. Sem saber esse "grande amigo" estabeleceu-se na minha vida como uma cicatriz, em que cada vez que olhamos para ela, recordamos com nostalgia "ainda me lembro de quando fiquei com esta marca".
Pois esse "grande amigo" tornou-se algo muito maior que música, mas algo que me define também.
E era aí que queria chegar.
Ainda me recordo perfeitamente como o Hardcore me foi apresentado. Um dia, um dos meus melhores amigos gravou-me uma cópia de um cd. Era o "Demonstrating My Style" de Madball.
E ainda me recordo da excitação de ouvir um obra tão crua, tão verdadeira, livre de glitter e outros embelezamentos que urgem as pessoas a comprar, comprar, comprar...E com isto eu só queria ouvir, ouvir, ouvir. Porque tudo fazia sentido, as coisas eram ditas como elas são, "there was no beating around the bush" por assim dizer.
E foi esse o meu ponto de partida, como creio que deverá ter sido o de muita mais gente. E apesar de hoje em dia a internet ser uma excelente ferramenta e veículo de informação importantíssimo para a divulgação do Hardcore, aquele momento, aquelas alturas em que trocávamos cd's e flyers será sempre para mim, bastante preciosa.
E desse cd passaram para muitos mais, para mais concertos, mais amigos e uma importante consolidação dos meus valores enquanto cidadã do mundo.
E nestes longos mas curtos anos, vi concertos, conheci opiniões, partilhei conhecimentos, mostraram-me alternativas e o Hardore tornou-se numa das partes mais constantes da minha vida. Cada um é verdade, vive-o à sua maneira. Pois tratando-se de uma comunidade, não temos todos de fazer a mesma coisa, mas para mantê-la de pé, cada um tem de adoptar o seu papel.
Quer seja esse papel, apoiar as bandas, fazer reviews, montar uma distro, criar uma banda, criar meios de promoção e divulgação, passar a palavra, trabalhar nos concertos, criar uma produtora, fazer uma booking agency, whatever.
Há alguns dias os fundadores da 4 the kids perguntaram se haveria alguém interessado em ajudar, ao que eu prontamente respondi.
E portanto meus amigos, aqui estou eu hoje a assumir o meu papel de divulgar por aí afora o movimento que nos une e o que de melhor se faz no Hardcore em Portugal e no resto do mundo.
Enquanto tiver essa possibilidade, partilharei com todos a minha opinião e tentarei aprofundar o nosso conhecimento de tudo o que há de bom, que esteja associado ao hardcore.
E assim agradeço aos membros do 4 the kids a oportunidade de ajudar neste projecto precioso e despeço-me na esperança de voltar a dirigir-me a todos dentro de pouco tempo.

Márcia